Qual é a relação entre razão, emoção e nossas decisões financeiras?
É exatamente isso que as Finanças Comportamentais visam responder através de seus estudos que, desde o final da década de 70, vêm ganhando cada vez mais força e relevância.
Nosso cérebro decide o que fazer com base na emoção despertada, então a decisão aparece na consciência e transmite a sensação de que está sendo tomada de forma racional. Ainda somos muito mais impulsionados pelo nosso instinto emocional, pela busca de sobrevivência. Já dizia Wilfred Bion, psicanalista britânico, que “a razão é escrava da emoção e existe para racionalizar a experiência emocional”.
As decisões financeiras podem ser influenciadas por processos mentais e atitudes não racionais, segundo Daniel Kahneman, psicólogo israelense e um dos maiores especialistas sobre economia comportamental, que recebeu em 2002 o Prêmio Nobel de Economia.
Por exemplo, você já experimentou ir a um supermercado com fome? Certamente acabará comprando muito mais comida do que deveria! Ou você já gastou mais dinheiro com algo somente porque estava feliz ou triste?
Tendemos a gastar mais tempo do que planejamos para fazer uma tarefa, assim como gastar mais dinheiro do que prevíamos e isso é culpa da nossa mente, que é carregada de vieses cognitivos (tendências de pensamentos).
A economia tradicional diria que basta gastar menos do que se ganha para gerar poupança para o futuro, mas na prática não é tão simples assim!
Um bom planejamento financeiro envolve o equilíbrio nas escolhas e um bom balanceamento entre a razão e a emoção.
Quando fazemos um planejamento financeiro, projetamos o futuro usando da racionalidade, no entanto, ao colocarmos em prática, usaremos o tempo presente e mais o emocional que tende a nos sabotar, já que o futuro é incerto e nosso cérebro trabalha por recompensas.
Desta forma, quanto mais tomarmos consciência dos sentimentos envolvidos em nossas escolhas e tivermos clareza dos nossos porquês, melhor será o uso que faremos do nosso dinheiro.
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